Impactos do FGTS no varejo nacional
07/10/2019O FGTS foi lançado há mais de 50 anos e nos últimos ganhou papel na retomada do consumo no varejo e, consequentemente, do crescimento da economia do país.
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é uma reserva financeira para o trabalhador brasileiro gerida pelo governo federal. O FGTS foi criado em 1966 com o objetivo de auxiliar as pessoas a lidarem com os momentos de dificuldades financeiras, como após a perda de um emprego. A arrecadação dos recursos é feita através de depósitos obrigatórios efetuados pelo empregador, no valor correspondente a 8% do salário do funcionário. O dinheiro acumulado no fundo é utilizado pelo governo na realização de diversas políticas sociais de fomento.
Nos últimos anos, com o cenário de instabilidade da economia brasileira iniciado em 2015, o FGTS passou a ser visto como um mecanismo para estimular o consumo das pessoas sem aumentar os gastos do governo e, como resultado, promover o crescimento do produto nacional. Esse novo ponto de vista é fundamentado pela queda agregada nos rendimentos das famílias, o que as impediu de consumir bens e serviços assumidos como não essenciais à sobrevivência. Além disso, o recurso “extra” também é levantado como um grande facilitador na quitação de dívidas contraídas no passado, o que traria impacto positivo a setores da economia ligados à prestação de serviços, como os de streaming, por exemplo.
No ano de 2017 o governo liberou 44 bilhões de reais, correspondentes a 79% das contas inativas do FGTS, isto é, saldos derivados de empregos passados que os contratos não foram encerrados por meio de demissão. Estima-se que o impacto foi de 0,4% no crescimento econômico de 2017, que totalizou 1%. Nesse sentido, a utilização dos haveres financeiros do fundo foi essencial à retomada do crescimento econômico do país, pois a demanda gerada pelo consumo adicional promoveu uma reação em cadeia em toda a produção nacional, colaborando, além disso, na queda de 1,7% na taxa de desemprego.
Um dos setores altamente beneficiados por esse incentivo foi o de e-commerce.
Entre os anos de 2016 e 2017, o número de pedidos cresceu 5%, correspondente ao crescimento de 3,3 bilhões de reais em receita. Não obstante, as áreas do comércio online que mais se destacaram foram moda e acessórios, saúde/cosméticos e perfumaria e eletrodomésticos, ou seja, bens caracterizados como não essenciais e altamente correlacionados a condições econômicas mais favoráveis.
O cenário desafiador vivido pela economia brasileira atualmente, dado o elevado desemprego e a baixa taxa de investimento no setor produtivo, trouxe novamente aos holofotes a questão da liberação do FGTS. Entretanto, o governo optou por um formato diferente para a liberação dos recursos em 2019 e 2020: estará disponível para o trabalhador o saque de um valor máximo de 500 Reais por conta ativa, referente ao atual emprego, e inativa. A nova fórmula é tida como mais adequada para estimular o consumo devido ao seu caráter progressivo, isto é, pessoas com poder aquisitivo reduzido tem acesso a uma fatia do FGTS proporcionalmente maior à parcela das pessoas pertencentes às classes mais ricas.
Próxima campanha disponibilizará 42 bilhões aos detentores de saldo
O resultado no saldo do FGTS será de 42 bilhões de reais liberados à população, cerca de 30 bilhões de reais em 2019 e 12 bilhões de reais em 2020, gerando um impacto de 0,35% no crescimento econômico no primeiro ano. Novamente, espera-se que os setores voltados aos bens de consumo sejam o destaque, com as vendas via internet ganhando como fator adicional a proximidade entre a liberação dos recursos e a Black Friday, podendo impulsionar o resultado além do observado em 2017.
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