Real Digital: vem aí a moeda digital brasileira
08/07/2021Confira o que já se sabe sobre o Real Digital e os possíveis impactos da moeda digital no Brasil
As moedas digitais são a nova aposta para pagamentos ao redor do mundo. O Banco Central do Brasil segue buscando maneiras de modernizar e aumentar a eficiência do sistema de pagamentos brasileiro, como prevê a AgendaBC#. A mais recente novidade divulgada pelo órgão é o Real Digital, que ainda não tem data certa para entrar em circulação. A estimativa é que a moeda digital brasileira comece a valer a partir de 2024. No entanto, o BCB já estipulou as diretrizes para o desenvolvimento do real em formato digital.
Nesse artigo, você vai ficar por dentro do que já se sabe sobre o Real Digital e sobre como ele deve se integrar a um sistema financeiro em plena evolução tecnológica.
Real Digital: um novo formato para a mesma moeda
O Real, como conhecemos hoje, se tornou a moeda oficial do Brasil em julho de 1994. Mesmo com a proposta da moeda digital brasileira, que surge 27 anos depois do início de sua circulação, é importante ressaltar que as notas de papel e moedas de metal que utilizamos desde então não vão perder validade. Ou seja: não vai se tratar de uma substituição, mas de uma nova alternativa.
O consumidor que tiver uma quantia em Real Digital poderá utilizá-la para compras ou guardá-la em contas. Em ambos os casos, a moeda digital brasileira vai ter exatamente o mesmo valor do dinheiro físico. Em outras palavras, ter uma nota de R$50 em mãos é equivalente a ter R$50 na carteira virtual, já que o projeto prevê que a moeda digital não terá remuneração. Pelo que se sabe até agora, ainda que o modelo de distribuição da moeda digital seja o mesmo da moeda física, com instituições financeiras fazendo a ligação entre o Banco Central e o usuário final, manter o Real Digital em uma conta não renderá nenhuma espécie de juros.
Também é previsto que o Real Digital possa ser transacionado off-line. Sem depender de uma conexão com a internet, a moeda digital brasileira tem chances ainda maiores de se popularizar em todos os cantos do país.
De acordo com o The Global Payments Report, o dinheiro físico vai ser o método de pagamento tradicional menos utilizado no mundo em cerca de 4 anos. No Brasil, as cédulas só foram utilizadas em 35% das operações financeiras no ano passado. Esses dados dão boas pistas do comportamento e das necessidades do consumidor atual. Em suma, o Real Digital seria uma espécie de fomentador de novos modelos de negócio.
Moeda digital brasileira: uma nova criptomoeda?
Apesar de terem em comum o fato de serem virtuais, o Real Digital e as criptomoedas, como o Bitcoin, não são a mesma coisa. A principal diferença está no papel do Banco Central do Brasil, que será o responsável por emitir e regular a versão digital do real. É ele quem garante a segurança jurídica das operações que a envolvam.
O BCB deixou claro nas diretrizes da criação da moeda digital que serão levados em consideração para o seu funcionamento a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o sigilo bancário. Acima de tudo, a meta é garantir que essa forma de pagamento não seja utilizada em atividades ilícitas e que seja possível rastrear operações suspeitas caso a justiça solicite.
O Real Digital se enquadra na descrição da CBDC (Central Bank Digital Currency ou Moeda Digital Emitida por Banco Central), já que faz parte da política monetária do país que a emite.
CBDC e criptomoeda: entenda as diferenças
No caso das criptomoedas, a emissão e a distribuição são descentralizadas. Não existe uma instituição ou autoridade monetária que as regule. No Brasil, algumas empresas do setor seguem o Código de Autorregulação criado pela Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto). Mas essa não é uma atitude obrigatória. Apesar disso, qualquer pessoa pode obter e negociar criptomoedas no país.
Além disso, o Banco Central do Brasil não reconhece as criptomoedas como moedas. O órgão prefere usar o termo criptoativos, já que suas características se assemelham mais a ativos financeiros do que como meio de troca. Ao contrário, uma CBDC serve para qualquer tipo de pagamento, para transferências entre pessoas, etc. A negociação da CBDC Brasil com Bancos Centrais de outros países também poderá acontecer. Entretanto, as diretrizes para o câmbio ainda não estão definidas. Não se sabe se o valor do real físico e do digital serão os mesmos nessa operação.
Moedas digitais no mundo
A criação da moeda digital no Brasil mostra como o país está comprometido em estar na vanguarda das possibilidades, como a integração com IoT (Internet of Things – internet das coisas), por exemplo. São poucos os países que já se atentaram para esse futuro por enquanto.
O primeiro país a emitir CBDCs foi Bahamas. Lançado oficialmente para os cidadãos do país em outubro de 2020, o Sand Dollar levou alguns meses para concluir a integração com o sistema bancário comercial. Seu valor é atrelado ao dólar das Bahamas que, por sua vez, é atrelado ao dólar americano. Atualmente, já existe até mesmo um cartão pré-pago para o Sand Dollar, criado em parceria com a Mastercard e a Island Pay, uma startup de pagamento digital licenciada pelo Banco Central do país.
A China começou a testar sua moeda digital no ano passado. O Yuan Digital vem sendo testado em algumas cidades e eventos tradicionais, como o Festival do Barco do Dragão. Algumas empresas já usam a moeda para pagamento de funcionários, por exemplo. Sua terceira e última fase de testes vai verificar a eficácia em níveis internacionais.
O movimento da potência asiática impulsionou o dólar americano na mesma direção. O governo dos EUA também estuda o tema e pretende fazer testes até maio de 2022, lançando 5 pilotos. Com o DDP – Digital Dollar Project, o país espera não perder espaço para a China no câmbio internacional.
Real Digital e o futuro dos pagamentos: conte com o Bexs
A chegada das moedas digitais no mercado vão provocar mudanças na forma como o consumidor paga por suas compras. Portanto, se você pretende alcançar o público de um país que tenha essa novidade em seu radar, como o Brasil, precisa estar atento a essas tendências, antecipando-se a elas. O Bexs tem uma equipe de especialistas em PayIn e PayOut sempre pronta para apontar as melhores e mais inovadoras soluções em pagamentos internacionais. Continue acompanhando nossos conteúdos ou entre em contato conosco para receber atendimento personalizado.