Balança comercial brasileira tem saldo 68% maior em 2021
06/07/2021Com o maior saldo da história no primeiro semestre, a balança comercial brasileira tem projeção de superávit de US$ 105,3 bilhões em 2021.
A economia mundial está aquecida, e os dados sobre a balança comercial brasileira dos últimos meses não poderiam ser mais animadores. Isso porque o resultado da diferença entre as exportações e importações tem apontado um resultado expressivo de superávit. O período vem sendo chamado de “temporada de recordes”.
Em abril, as marcas históricas ocorreram em diversos setores. O comércio exterior brasileiro teve um crescimento de 67,9% em comparação ao mesmo mês do ano passado. Além disso, as exportações também bateram recorde, com um total de US$ 26,48 bilhões ainda no mês de abril – representando crescimento 50,6% quando comparado ao mesmo período de 2020. Mas isso não significa que as importações também não estejam aquecidas. Na mesma comparação, houve alta de 41,1% e um total de US$ 16,13 bilhões foi atingido. O valor é um recorde considerando apenas os meses de abril.
Balança comercial: melhor saldo da história também em maio e junho
Seguindo com a linha de sucesso, o mesmo padrão de crescimento foi observado no mês de maio, quando o Brasil exportou US$ 9,29 bilhões a mais do que importou. A alta nas exportações foi de 46,5% em comparação com maio de 2020, somando US$ 26,95 bilhões. Por outro lado, as importações alcançaram um total de US$ 17,66 bilhões, o que expressa um aumento de 57,4%. Novamente, ocorreu o maior saldo da história, dessa vez comparando os meses de maio.
Assim como em abril, todos os setores da indústria apresentaram crescimento em relação ao mesmo período em 2020 na exportação. O destaque continua com a indústria extrativa, a agropecuária e a indústria de transformação.
Em junho, a tendência permaneceu a mesma. Houve crescimento de 60,8% nas exportações e 61,5% nas importações, contrastando ao mesmo mês em 2020. O superávit foi 59,5% maior, na mesma comparação: o saldo foi de US$ 10,37 bilhões. Ao todo, US$ 28,104 bilhões foram vendidos a outros países, se consolidando como o maior valor absoluto para um único mês desde o início da série histórica, que começou em 1989. Até então, o maior valor registrado foi o de abril de 2021, que fechou em R$10,35 bilhões.
De janeiro a junho, o Brasil exportou US$ 37,496 bilhões a mais do que importou. O saldo é 68,2% maior que a metade inicial de 2020. O primeiro semestre de 2021 teve o melhor saldo na balança comercial da história, superando o mais alto valor até então, de US$ 31,92 bilhões em 2017. A alta no preço das commodities é o principal impulsionador do resultado, e também elevou a projeção do governo para o ano de 2021: agora, espera-se que o superávit comercial chegue a US$ 105,3 bi.
O que é balança comercial? Qual o seu impacto na economia?
A balança comercial é um dos principais indicadores econômicos de um país, assim como o PIB. Aliás, seu saldo pode impactar o resultado do PIB.
Ter conhecimento sobre o saldo entre exportações e importações é fundamental para compreender a situação financeira de um país. Em outras palavras, investidores precisam ficar atentos aos resultados da balança comercial e às suas projeções para decidir em quais países pode se justificar alocar recursos. Um saldo favorável significa que o país acumula divisas e tem capacidade de reinvestir.
Em casos como o do Brasil, onde o superávit tem ocorrido de forma constante nos últimos anos, nota-se que o setor de agribusiness tem se destacado pela sua competitividade e segue atraindo compradores do mundo inteiro. O resultado é o recebimento de divisas que impulsionam o emprego e os investimentos. Da mesma forma, o volume de importações crescente também é positivo. O país importa bens de produção e insumos tecnológicos que vão modernizar nossa economia.
O país ainda tem grande espaço para expandir seu comércio exterior. Somos a 12ª economia mundial, mas apenas a 26ª exportadora e a 28ª importadora.
Superávit e déficit na balança comercial
O cálculo feito para detectar o superávit ou o déficit da balança comercial é bem simples. Quando o volume das exportações é maior do que o de importações, ou seja, o país recebe mais dinheiro pelas vendas de produtos e serviços do que gasta na compra desses bens, ocorre um superávit. Ao contrário, quando é preciso desembolsar um valor maior para a compra de itens de outros países do que é arrecadado com a venda, há déficit na balança. O equilíbrio comercial ocorre, portanto, quando os valores de compra e venda são equivalentes.
No Brasil, operações meramente contábeis deixaram de fazer parte do cálculo depois de mudanças promovidas pelo Ministério da Economia recentemente. Mercadorias nacionais que são vendidas mas não chegam a deixar o país de origem, como ocorre com o setor petroleiro, não têm mais impacto na balança comercial. Por outro lado, nas importações, foram incluídas a energia elétrica gerada pela usina de Itaipu e comprada do Paraguai e as importações feitas pelo programa Recof.
Influências econômicas na balança comercial
Os fatores que podem influenciar o resultado da balança comercial tem a ver com a capacidade produtiva, a política cambial de um país e as condições da economia mundial.
A competitividade internacional dos setores de um país é um fator chave para determinar o seu potencial de exportação. No caso brasileiro, nosso agribusiness é muito competitivo: temos recursos naturais, escala e tecnologia. Por isso, obtemos um grande sucesso na comercialização desses produtos. No caso da importação, dado que o país não tem o mesmo grau de competitividade internacional em outros setores industriais, a pauta é mais tecnológica: óleos combustíveis de petróleo ou de minerais, adubos ou fertilizantes químicos, produtos indústria de transformação, equipamentos de telecomunicações etc.
Fatores que influenciam a balança comercial
Taxa cambial: quanto mais desvalorizada a moeda nacional se torna frente ao dólar, mais acessíveis ficam os produtos daquele país e a tendência é alavancar as exportações. Com a moeda nacional forte, o cenário se torna mais propício à importação. Ou seja, o real tem mais poder de compra.
Grau de protecionismo: Quanto maiores as taxas e impostos agregados à importação, o desenvolvimento de indústrias nacionais é favorecido. É uma política adotada, geralmente, para fomentar a indústria local e criar empregos, mas dificultar o livre comércio pode ocasionar o oposto: estagnação na economia, diminuição de aquisição de bens que favorecem a inovação e, por fim, aumentar os preços ao consumidor final. Finalmente, um país que se apresenta “fechado” a importações vai ter dificuldades de conseguir contrapartidas interessantes para sua pauta de exportação.
Cenário econômico externo: A situação econômica dos principais países do mundo pode favorecer, ou não, o crescimento das exportações brasileiras. O desaquecimento de economias como China, EUA e Europa, nossos principais compradores, certamente esfriam o volume de exportações brasileiras. Quando essas economias estão aquecidas, como agora em 2021, o efeito é contrário e as chances de construirmos um superávit aumentam. Na América do Sul, o principal parceiro é a Argentina. Em suma, cenários econômicos mundiais difíceis tendem a diminuir tanto as exportações quanto as importações.
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