Liderança feminina no setor financeiro, no agronegócio e na inovação
22/03/2023Veja alguns dados recentes sobre a expansão da liderança feminina em diferentes setores da economia.
O ecossistema do empreendedorismo feminino, bem como a presença de mulheres em cargos de chefia nas organizações, está se expandindo no Brasil e no mundo. Algumas pesquisas relacionam, inclusive, a liderança feminina à conquista de resultados positivos para as companhias. Um estudo da Global Market Intelligence mostra que, chefiadas por mulheres, essas empresas geraram lucros excedentes de US$ 1,8 trilhão ao longo dos 24 meses do estudo, publicado em 2019. A seguir, algumas estatísticas acerca da presença de mulheres no comando do setor financeiro das empresas, de iniciativas do agro e à frente de startups.
Mulheres CEOs no setor financeiro: maiores empresas americanas nunca tiveram tantas CFOs
O cargo de CFO – Chief Financial Officer – tem sido cada vez mais preenchido por profissionais do gênero feminino. Segundo um levantamento da empresa de recrutamento Crist Kolder Associates, realizado em 2022, a porcentagem de CFOs em empresas americanas listadas na Fortune 500 chegou a 16,3%. Em 2004, essa porcentagem era de apenas 6,3%.
Já em relação às mulheres CEOs – Chief Executive Officer –, a curva de crescimento foi de 1.6%, em 2004, para 8.1% em 2022. Desde 2019 esse aumento tem sido consecutivo, crescendo ao menos 1 ponto percentual por ano. Apesar da evidente expansão, a representatividade feminina em cargos C-Level ainda é pouco representativa: até o ano passado, as mulheres representavam 12,3% do total de CEOs das empresas com maior receita fiscal dos Estados Unidos.
2023 já começou promissor. Esse ano, mais 5 das 500 maiores empresas dos EUA passaram a ter uma CEO mulher. O número parece pequeno – 53 líderes -, mas, pela primeira vez na história, mais de 10% das empresas que compõem esse grupo têm liderança feminina. É um passo importante no caminho da equiparação de gêneros nas corporações.
Liderança feminina no agronegócio: mulheres administram mais de 30 milhões de hectares no Brasil
Avanços também estão acontecendo no agronegócio, outro setor historicamente liderado por homens. Segundo um estudo realizado conjuntamente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), 8,4% das áreas rurais do país são administradas por mulheres atualmente. A porcentagem representa uma área de mais de 30 milhões de hectares. São, aproximadamente, 1 milhão de mulheres brasileiras à frente de propriedades do agronegócio.
Número de startups fundadas por mulheres ainda é baixo, mas aportes crescem
O último Female Founders Report, co-realizado pela Distrito, a B2Mamy e a Endeavor em 2021, detalhou a liderança feminina no mercado de inovação brasileiro: entre as startups brasileiras, 4,7% têm mulheres como fundadoras, e 5,1% foram fundadas por mulheres e homens, em sociedade. À época da pesquisa, e ainda de acordo com dados da Distrito, no ecossistema brasileiro havia cerca de 13 mil startups.
Dados um pouco mais recentes, de 2022, mostram que a presença das mulheres no universo das startups da América Latina tem captado a atenção de investidores. Dados do estudo LAVCA VC & Tech Mid-Year Trends apontam crescimento no volume de investimentos para startups lideradas por mulheres. Em 2019, 16% dos investimentos eram destinados a essas empresas. No Brasil, o crescimento foi de 15% para 30%, comparando 2019 e 2022.
“É motivo de muita satisfação acompanhar o aumento das mulheres em posições de liderança no setor financeiro e demais frentes de negócio. Eu acredito no poder da diversidade nas organizações e o melhor cenário é possibilitar que os talentos possam crescer e aumentar suas influências, independente do gênero ou qualquer outra característica. Fico feliz em atuar em uma instituição que abre espaço para nós, mulheres. Vamos continuar avançando, porque ainda há muito espaço para progredirmos.” Monica Soriano – Diretora de Compliance do Ebury Bank.
O avanço da presença das mulheres no setor financeiro, no agro e entre as startups é inequívoco. Os números, comparativamente, ainda apontam para um caminho longo de equiparação, mas nos últimos anos é nítida a aceleração. Em especial, o Brasil carece de talentos e de empresas produtivas, o ingresso de mulheres em setores chave tem tudo para garantir que a qualidade de gestão, e, o impacto econômico e social, evoluam de forma mais rápida.