Private Equity e Venture Capital: quais são as diferenças?
30/11/2022Confira o paralelo que fizemos entre Private Equity e Venture Capital, modalidades que estão entre as principais categorias de investimentos no Brasil.
Quando o assunto é investir em empresas de capital fechado, Private Equity e Venture Capital são modalidades amplamente adotadas no Brasil. Ambos são modelos de investimento regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mas se diferem principalmente quanto ao estágio de desenvolvimento que a empresa investida se encontra.
Nesse artigo, você vai descobrir mais detalhes sobre o que é Venture Capital e o que é Private Equity, além de entender o que é preciso para que sua empresa consiga esse tipo de aporte, inclusive entre estrangeiros que desejam investir no Brasil.
O que é Venture Capital?
Venture Capital – ou Capital de Risco – é uma modalidade de investimentos com foco em empresas em estágio inicial, como as startups. Os investidores que optam por essa via apostam no crescimento rápido dessas companhias e em uma alta rentabilidade a longo prazo. Apesar do risco elevado que investir em uma ideia inovadora traz, é possível estabelecer uma parceria próxima entre investidor e empreendedor no Venture Capital, o que é benéfico para ambas as partes e ajuda a mitigar os riscos.
No Venture Capital, o investimento tende a acontecer de maneira mais célere, uma vez que o investimento é de menor porte e é sabido que o projeto está em estágio inicial, às vezes ainda testando uma hipótese de mercado ou de crescimento. Nessa modalidade o investidor adquire uma participação na empresa, mas, na maioria dos casos, não assume o controle. Os investimentos, concentram-se no intervalo de US$ 250 mil a US$ 10 milhões. Em casos especiais de startups mais desenvolvidas, podem chegar a dezenas de milhões de dólares.
O objetivo do investimento em Venture Capital é viabilizar o desenvolvimento de uma startup, preparando-a para futuras rodadas de investimentos ao mesmo tempo que busca manter o primeiro investidor – aquele que assumiu o maior risco – protegido. Para isso, muitos investidores de Venture Capital determinam que o fundador da empresa mantenha sua liderança no projeto e também dê bastante atenção ao gerenciamento no dia a dia, garantindo foco na expansão da empresa e, se possível, na rentabilidade do produto ou serviço oferecido.
O que é Private Equity?
A principal diferença entre o que é Private Equity e Venture Capital para empreendedores é o nível de maturidade da empresa que receberá o investimento. No alvo da modalidade Private Equity, estão as empresas que já atingiram um estágio mais avançado de desenvolvimento, com um modelo de negócios definido e até mesmo planos concretos de expansão dentro do seu mercado de atuação.
É um investimento de risco menor quando comparado ao Venture Capital, mas seu sucesso também depende da qualidade da governança corporativa, eficiência na execução da estratégia, profissionais capacitados e constante aprimoramento do produto ou serviço comercializado ao público final. Contando com uma gestão de alto padrão, o faturamento manterá sua trajetória positiva. Nessa modalidade o investidor adquire o controle da empresa, e os investimentos envolvem montantes a partir de US$ 50 milhões.
Empresas que recebem aportes via Private Equity geralmente não passam por outras rodadas de investimento do mesmo tipo. O objetivo dos investidores e fundos de investimento quase sempre é impulsionar a abertura de capital da empresa na bolsa de valores (IPO – Initial Public Offering).
Em resumo, podemos dizer que investimentos Private Equity são destinados a negócios em estágio avançado, mas que não estão prontos para um IPO: nem tão iniciantes se enquadrando no Venture Capital, nem tão avançados a ponto de abrir uma oferta pública inicial de ações (IPO).
Private Equity e Venture Capital: Brasil obteve mais investimentos voltados para empresas maduras em 2022
No Brasil, depois de ter um grande destaque em 2021, o Venture Capital abriu espaço para que o Private Equity se tornasse o protagonista dos investimentos privados em empresas no ano de 2022. Até o terceiro trimestre deste ano, houve uma alta de 410% no segmento de Private Equity, com volume total de R$ 37,2 bilhões. Enquanto isso, os investimentos em Venture Capital caíram 52%, com volume total de R$ 22,3 bilhões. Os dados são da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap) e da KPMG.
O recuo no Venture Capital nesse período ocorreu em escala global. Segundo o site Crunchbase, até o terceiro trimestre de 2022 foram investidos aproximadamente US$ 366 bilhões, 26% a menos quando comparado com o mesmo período de 2021 (US$ 493,7 bilhões). Para entender melhor esse cenário, confira a seguir a ordem das rodadas de investimentos que uma empresa passa desde que é fundada até se tornar apta a abrir capital.
O cenário de inovação no Brasil tem atraído inclusive investidores internacionais. De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil foi o terceiro país que mais atraiu investimento estrangeiro direto (IED), ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China.
A Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) calcula que os fluxos de investimento até setembro deste ano atingiram o volume de quase R$ 336 bilhões, 31% a mais do que o total de IED que entrou no país em 2021 (R$ 254 bilhões).
Rodadas de investimento: do Anjo até o Private Equity
As rodadas de investimento são muito utilizadas pelas startups e demais empresas para captação de recursos e se dividem em séries, de acordo com o estágio de maturidade da organização que busca investimento. São elas:
- Investimento Anjo ou Pré Seed: a primeira rodada de investimento da maioria das startups tem como função principal a criação da equipe inicial e o desenvolvimento do Produto Mínimo Viável (MVP). De acordo com o Distrito, no Brasil o volume de um Investimento Anjo costuma ser de até R$ 700 mil por rodada.
- Investimento Seed: quando a startup já possui os indicadores de validação do MVP e avança para expandir a adoção de seus produtos e serviços no mercado, a rodada de investimentos conhecida como Seed (Semente) pode gerar um aporte de capital que varia entre R$ 700 mil e R$ 2 milhões.
Séries A, B, C e além
- Série A: aportes de R$ 2 milhões a R$ 20 milhões são concedidos a startups que já atingiram um estágio de negócio mais robusto e pretendem melhorar e rentabilizar a base de usuários, criar novos produtos ou explorar novos mercados.
- Série B: com a empresa ainda mais estruturada, geralmente entra em cena a figura do investidor líder, além de outros co-investidores, em busca de expansão das atividades da empresa. Os times são fortalecidos e a empresa se organiza pensando no longo prazo. Os valores investidos podem chegar a dezenas de milhões (R$).
- Série C, D, E, F e G: com menos riscos e crescimento mais acelerado, o objetivo dessas rodadas de investimento é expandir e estruturar a empresa cada vez mais, inclusive internacionalmente. Tendem a ocorrer a partir de dezenas de milhões (R$).
- Private Equity: destinado a empresas consolidadas e maduras e que a médio prazo vislumbram uma oferta pública (IPO). Os investimentos ultrapassam os R$ 200 milhões.
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