Venture Capital: o mercado no Brasil
16/09/2020Um panorama sobre o mercado de Venture Capital no Brasil, os perfis de empresas que recebem mais investimentos e a dinâmica dos aportes no país que já somam mais de US$ 8 bilhões em 2021.
O setor de Venture Capital vem promovendo uma revolução no mercado brasileiro de investimentos nos últimos anos. Esse movimento ocorreu, fundamentalmente, pelas lacunas a serem preenchidas por soluções inovadoras no país em diversos setores.
Esses investimentos vêm apoiar as startups e segundo relatório do Google for Startups, divulgado em agosto, o Brasil foi de 5 mil para 13 mil startups entre 2016 e 2021. As novas empresas com base tecnológica – espalhadas por 692 cidades brasileiras – atuam em setores como financeiro, saúde, educação e mobilidade urbana.
Venture Capital: investimentos ganharam mais força a partir de 2019
O mercado de venture capital no Brasil encontrou dois grandes fenômenos que descrevem a sua dinâmica atualmente. O primeiro foi em relação aos empreendedores que passaram a apostar em projetos nos quais o uso de tecnologia – cada vez mais acessível – proporciona grandes mudanças para o desempenho de uma empresa no mercado, bem como possibilita a transformação da experiência oferecida aos consumidores: mais fluidas e digitais.
O segundo fenômeno veio com o aumento na disposição dos investidores em apostar nessas empresas de crescimento exponencial, que pode ser observado nos dados dos últimos anos. Em 2020, o valor total dos investimentos em Venture Capital no Brasil chegou a US$ 3,5 bilhões. O volume é 29,6% superior ao investido em 2019. Além disso, houve um recorde na quantidade de aportes: foram 469 ao longo do ano.
Mas 2021, por enquanto, tem sido o grande ano do Venture Capital no Brasil. A partir de setembro, percebemos um montante acumulado muito expressivo no número de deals e no volume investido. Já a preferência dos investidores por startups early stage se manteve constante.
Em setembro, o volume de investimentos atingiu US$ 344 milhões, captados em 45 deals. Apesar de no ano de 2020 as captações do mês de setembro terem tido um melhor desempenho (o volume foi de US$ 848,5 milhões), na comparação entre os períodos de janeiro a setembro de 2020 e 2021, fica bem evidente o desenvolvimento do mercado brasileiro. Este ano, os investimentos chegaram à marca de US$6,9 bilhões, captados em 558 deals. Em 2020, o acumulado até setembro era de US$ 2,3 bilhões, vindos de 403 deals.
Outubro de 2021 teve menos deals que o mesmo mês em 2020: 53 vs 60. Porém, o volume investido este ano foi substancialmente maior: US$ 779,1 milhões ante US$ 368,8 milhões. A essa altura, o investimento em startups brasileiras já tinha ultrapassado todas as projeções e atingia US$ 8 bilhões, considerando o período de janeiro a outubro. O número de deals chegou a 614.
Já novembro fechou com 55 deals – apenas dois a mais que em outubro – e também com o volume de investimentos maior: US$ 809,9 milhões. Considerando o fato que de janeiro a novembro o volume investido chegou a US$8,85 bilhões, a expectativa é que o valor aportado no ano de 2021 seja o triplo dos US$ 3,5 bilhões registrados em 2020. Os dados são do Distrito.
Venture Capital Brasil: os tipos de empresas que mais atraem investidores
De acordo com o Distrito, de 2007 até setembro de 2021, a maior parte das empresas que receberam investimentos de Venture Capital estavam em estágios iniciais. No Pré Seed ocorre a primeira rodada de investimento para montagem do time, desenvolvimento e teste de MVP. No Seed os recursos são utilizados para expandir os esforços de vendas da empresa, aprimorar o serviço etc.
Entre os aportes realizados em 2021, o destaque vai para as Fintechs. De janeiro a novembro, as empresas de tecnologia que atuam no setor financeiro receberam US$ 3,5 bilhões. Em novembro, a categoria alcançou o maior número de investimentos, fusões e aquisições, somando US$ 311 milhões. O desenvolvimento do Open Banking e as mudanças regulatórias no varejo contribuíram para esse resultado.
Retailtechs, RealEstate, Edtechs e startups focadas em Mobilidade completam o Top 5 no ranking de empresas que mais receberam aportes em 2021.
Investimento em Venture Capital: significado para a economia vai além do valor dos aportes
Empresas inovadoras e modelos de negócio disruptivos possuem papel fundamental na economia de um país, ora pela sua capacidade de atração de investimentos estrangeiros, ora pela nova dinâmica de mercado gerada pelos seus serviços, criação de empregos e estímulo a um ambiente de negócios dinâmico.
Na medida em que o mercado de Venture Capital se desenvolve e aposta em empresas inovadoras, a concorrência se torna mais acirrada e as empresas se vêem pressionadas para aumentar a sua produtividade, promovendo eficiência geral da economia brasileira. Neste quesito, o Brasil ainda tem muito espaço para aumentar o investimento em Venture Capital.
Cases de sucesso do Venture Capital
O Brasil tem alguns exemplos de empresas que se tornaram referência em serviços nos seus mercados. Elas transformaram a experiência de consumidores em diversos setores, sendo referências do ecossistema brasileiro de startups nos últimos anos: Wildlife, Gympass, QuintoAndar e Loggi.
Essas empresas se destacaram perante os investidores por trazerem propostas inovadoras para resolver problemas enraizados do mercado, melhorando, consideravelmente, o acesso e a experiência do cliente. Como exemplo, o Gympass ofereceu uma maneira das empresas fomentarem a saúde e prática esportiva, por parte dos seus funcionários, oferecendo planos de valores muito mais baixos e acesso a academias em diversos bairros e regiões.
Outro exemplo é o QuintoAndar que revolucionou o mercado de locação de imóveis ao oferecer contratos sem fiador e sem cartório, permitindo que locatários e locadores pudessem fechar contratos até quatro vezes mais rápido do que via imobiliárias convencionais.
Fundos de Venture Capital e o Câmbio nas Operações
As operações de constituição de fundos de venture capital costumam envolver remessas internacionais. Em 2019, 71% do volume investido em empresas brasileiras era de origem estrangeira.
A movimentação de capital que não está presente em “solo brasileiro” e é transferida para o fundo através de uma operação de ingresso. Todas as operações de capital que “cruzam fronteiras” vão demandar a atuação de um banco especializado que possa orientar sobre as etapas da operação de câmbio com uma especial atenção à documentação envolvida.
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