A tendência de queda do dólar é retomada com a expectativa de cortes de juros nos EUA
30/06/2025O dólar atingiu novas mínimas após o “Dia da Libertação” de Trump, com o aumento da pressão sobre o banco central para cortar as taxas.
Essa pressão vem tanto do governo Trump, que está deixando cada vez mais claro que não acredita na independência do banco central, quanto de um tom mais fraco nos dados econômicos dos EUA. Do lado positivo, não estamos vendo uma continuação da preocupante tendência de “vender a América” que assustou os mercados em abril. As ações dos EUA estão, na verdade, atingindo novos recordes de alta e o mercado de títulos do Tesouro também está se mantendo muito bem. No entanto, o dólar está novamente agindo como uma válvula de escape para os conflitos comerciais e, na semana passada, caiu acentuadamente em relação a quase todas as principais moedas.
Dois relatórios econômicos serão o centro das atenções nesta semana. Na terça-feira, o relatório de inflação da Zona do Euro ajudará a esclarecer quanto espaço existe para o BCE reduzir ainda mais as taxas. Nos EUA, uma série de relatórios trabalhistas, começando na terça-feira com os JOLTs, culminará com o importantíssimo relatório da folha de pagamento de junho na quinta-feira. Grande parte da recente fraqueza do dólar é uma reação à percepção de fraqueza nos dados dos EUA. O relatório de empregos fornecerá uma confirmação definitiva ou a rejeição da tese de uma desaceleração econômica dos EUA. Esperamos ver movimentos significativos do dólar em resposta.
Brasil
A novela do IOF encerrou um capítulo na semana passada, mas o desfecho ainda está por vir. Após a votação surpresa na Câmara que suspendeu o aumento do imposto, o presidente Lula contestou a medida. Está agora tudo nas mãos da AGU, que, se considerar que o decreto aprovado pelos parlamentares usurpou a prerrogativa, colocará o presidente na posição em que não poderá abrir mão de recorrer. Até o momento, a reação do mercado a essa história tem sido positiva, com a percepção de que o Congresso não apoiará a preferência do governo por aumentar impostos em vez de cortar gastos.
No âmbito da política monetária, a ata do Copom reforçou um tom de cautela, expressando preocupação com a persistência da inflação. Na sexta-feira, Diogo Guillen, do Banco Central, afirmou em evento que o debate sobre a redução da taxa Selic ainda está distante. Nesta semana, com agenda local esvaziada, o foco se volta para eventos em outros lugares.
Estados Unidos
Os dados econômicos divulgados na semana passada mostraram um desempenho misto. As fracas construções de moradias, a renda e os gastos pessoais foram compensados por pedidos de auxílio-desemprego mais baixos e fortes pedidos de bens duráveis. De modo geral, o tom das informações econômicas dos EUA das últimas semanas tem sido suave, mas nem de longe o suficiente para ser conclusivo.
Os dados trabalhistas desta semana devem contribuir muito para resolver essa questão fundamental. Também prestaremos muita atenção ao destino do projeto de lei orçamentária nos EUA. As negociações estão acaloradas, e seu fracasso implicaria em um aperto fiscal significativo a partir do próximo ano. Entretanto, consideramos que esse é um cenário de baixa probabilidade.
Europa
Reino Unido
China
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