Venture Capital Brasil: o mercado em 2022
25/07/2022Dados do primeiro semestre do mercado de Venture Capital Brasil em 2022 mostram volume superior a todo o ano de 2020; 2021 segue sendo um ano “fora da curva”.
O primeiro semestre de 2022 chegou ao fim e o Venture Capital no Brasil mostra evolução, apesar da instabilidade no cenário macroeconômico. Entre janeiro e junho, foram US$ 2,92bi investidos em 327 deals. O volume é -44% menor que o captado no 1° semestre de 2021, mas ainda com um aumento de 138% em volume de investimento e 24% em número de deals na comparação com o ano de 2020, marcado pelas inseguranças provocadas pela pandemia.
No ano de 2021, em que houve quebra de recordes a nível global no Venture Capital, as startups brasileiras captaram, no primeiro semestre, US$ 5.26 bi em investimentos feitos em 416 deals. Quais mudanças ocorreram no mercado? Por que o ano de 2021 é incomparável quando o assunto é investimento em Venture Capital? O que esperar de 2022? Continue lendo e descubra!
Venture Capital: investimentos em 2022 acontecem com maior cautela
O ano de 2022 trouxe alguns desafios para a economia mundial, com o aumento das taxas básicas de juros para tentar conter a inflação. No Brasil não é diferente: a taxa Selic chegou em 13,25% ao ano e o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumula nos últimos 12 meses 11,89%, sendo o IPCA de março (1,62%) o maior em 28 anos. Além disso, é ano eleitoral no país. Com esse cenário, é de esperar que investidores optem por ativos mais seguros, alocando seus recursos em investimentos mais conservadores que uma startup.
Enquanto o cenário é instável, o papel das startups é encontrar formas de mostrar que a empresa é sustentável e capaz de gerar caixa, ainda que novas rodadas de investimento não aconteçam e tornar os produtos ou serviços oferecidos ainda mais alinhados com as necessidades do público consumidor, que também se transformam. Captar aportes é importante, mas o propósito principal de uma startup deve ser construir soluções inovadoras que resolvam questões da sociedade.
Fundos de Venture Capital: crescimento do corporate venture capital em 2022
Mesmo com o cenário não tão favorável, a indústria de Corporate Venture Capital teve destaque no primeiro semestre de 2022. De acordo com a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap), 13 empresas que pertencem atualmente ao Ibovespa anunciaram fundos de CVCs neste ano. Em todo o ano de 2021, apenas 8 empresas adotaram a estratégia, que promete resultados a longo prazo.
Fintechs representam 47% do volume investido
Fintechs foram destaque em todos os meses do 1° semestre de 2022, mantendo a liderança com US$ 1,36 bilhões recebidos e representando 47% do volume investido. O setor é seguido pelo RetailTech com US$ 370 milhões e HRTech com US$ 250 milhões. No 1° semestre de 2021, as Fintechs representaram 46%.
Startups ultrapassam corporações e são os principais incorporadores via M&As em 2022
As startups ultrapassaram as corporações e são as principais incorporadoras via M&As no 1° semestre de 2022, responsáveis por 50% das fusões e aquisições frente a 22,7% das corporações. Em 2021, as corporações tiveram uma participação mais expressiva representando 43,2% e as startups ficaram com 40,7%.
O primeiro semestre de 2022 observou 110 M&As, uma queda de -7% em relação ao mesmo período de 2021, e um aumento de +120% em relação ao 1° semestre de 2020. O top 5 setores mais aquecidos no semestre foram: Fintech com 22 M&As, Edtech com 16, HealthTech com 14, MarTech com 8 e Supply Chain com 7. As regiões Sudeste e Sul do país concentram 92,8% das fusões e aquisições do Brasil.
Os principais M&As do semestre
Em fevereiro, a Kenoby foi incorporada pela Gupy, sua principal concorrente, com o aporte de R$ 500 milhões. Após essa transação a HRtech Gupy passou a somar 2.300 clientes, 36 milhões de usuários e 80 mil vagas publicadas por mês.
Em março, a TOTVS, gigante de tecnologia, comprou a VADU, fintech que presta serviço de motor de crédito, e no mês seguinte, comprou a Gesplan, um software para planejamento de gestão financeira. Ambas as aquisições tiveram o investimento no valor de R$ 40 milhões
Em maio, a JSL, líder do setor logístico no Brasil, adquiriu por R$ 10 milhões a Truckpad, uma plataforma que funciona como uma espécie de Uber dos caminhões e conecta motoristas às transportadoras e indústrias. A empresa conta com 800 mil motoristas cadastrados em seu aplicativo, sendo 70 mil ativos, e mais de 30 mil transportadoras cadastradas, com três mil ativas mensalmente.
Venture Capital: recorde no Brasil e no mundo em 2021
O ano de 2021 foi especialmente positivo para o Venture Capital no Brasil. Com recordes tanto no total investido, como número de deals e na quantidade de mega rounds, o período registrou crescimento exponencial: o valor dos aportes chegou a US$9,41 bilhões, 165% superior ao acumulado em 2020. Os 30 mega rounds – rodadas que movimentam montantes superiores a US$ 100 milhões – que aconteceram em 2021 foram a origem de 65% do valor investido.
As razões por trás dos números incluem a crescente digitalização do consumo, o aumento dos valuations das startups e os baixos juros em todo o mundo ( no Brasil, em 2020, a Selic chegou a 2%), que deixavam investidores mais confortáveis para conceder aportes mais generosos e lidar com o risco envolvido em investir em startups.
O setor de FinTechs foi o que mais atraiu investidores. Em 176 deals, foram captados US$3,7 bilhões. Retail Techs, startups que desenvolvem soluções para o varejo, ficaram em segundo lugar. Em 87 deals, o setor captou US$1 bilhão. Health Techs, Ed Techs, MarTechs e AgTechs completam o ranking. Com relação ao nível de maturidade das startups, as que mais atraíram deals foram as empresas em estágio inicial (fases pré seed e seed). Porém, 94% do volume dos aportes foi destinado ao Venture Capital Late Stage.
Mercado de Venture Capital no Brasil em 2020: bom desempenho mesmo em ano conturbado
Ainda segundo a Distrito, os investimentos Venture Capital no Brasil atingiram 3,5 bilhões em 2020. O valor foi captado em 563 aportes e é 29,6% superior ao investido em 2019. Depois de uma desaceleração percebida no primeiro semestre de 2020, por conta das incertezas provocadas pelo início da pandemia, os investimentos em inovações tecnológicas voltaram para as mesas de negociação com mais força. Startups em início de trajetória e scale-ups saíram desse momento ainda mais fortalecidas.
Além da percepção mais clara da necessidade de novas soluções digitais em diversos segmentos, o contexto macroeconômico que combinou aumento da liquidez e taxa básica de juros reduzida nas principais economias do mundo, também favoreceu a atração de investidores e a captação de recursos.
Venture Capital Brasil: Bexs Banco oferece suporte nas operações de câmbio
Empreendedores brasileiros vivem um momento favorável quando o assunto é capital de risco disponível para bons projetos. A quantidade de lacunas a serem preenchidas via inovação, tanto na indústria, como no agro e no setor de serviços, é mais um fator positivo. Como resultado, é crescente o número de investidores estrangeiros que miram o Brasil.
Além disso, existe também uma maior flexibilidade na forma como os recursos serão captados. Por meio do equity crowdfunding, que ganhou novas regras em 2022, é possível adquirir financiamentos coletivos para escalar uma startup, contando inclusive com aportes de pessoas físicas.
Com mais de 30 anos de experiência no mercado de câmbio, o Bexs Banco conta com uma equipe especializada em operações de Venture Capital, M&As e Stock Options. Foque no seu negócio e conte com o acompanhamento próximo do início ao fim de toda a operação de recebimento de investimento estrangeiro. Entre em contato com os nossos especialistas!