Investir no exterior: por que escolher a América Latina
18/01/2021Confira dados recentes e descubra por que a América Latina pode ser uma boa opção para quem deseja investir no exterior.
Com mais de 21 milhões de km², a América Latina concentra 8% da população mundial e contempla 20 países que falam línguas derivadas do latim: espanhol, português e francês.
Também compartilham heranças de um modelo de formação econômica e social, o que permite, apesar de algumas diferenças culturais, que certos cenários transnacionais sejam analisados de maneira conjunta, como a captação de investimento internacional, por exemplo.
O avanço da penetração digital é um destes cenários. Os países latinos vivem um sólido crescimento de seu ecossistema de inovação, sendo um mercado chave para big techs.
O PIB Latam é superior ao de regiões como o Sudeste Asiático, que possui um ecossistema de Venture Capital bem mais maduro. Nos 33 países que integram a região, encontramos problemas estruturais de educação e saúde, além de sistemas financeiros que não atendem às necessidades da população.
É nesse cenário que estão surgindo iniciativas locais de empresas de tecnologia que querem resolver problemas e escalar suas soluções, seja com o advento de startups, seja com a evolução digital de empresas consolidadas.
Veja a seguir os dados mais recentes sobre Venture Capital e Investimento Estrangeiro Direto na América Latina, descubra que tipos de oportunidade esse território ainda reserva e como investir no mercado exterior.
Venture Capital na América Latina bateu recorde em 2021
De acordo com o relatório Inside Venture Capital, elaborado pelo Hub Distrito, 2021 foi um ano e tanto para o Venture Capital: investimentos chegaram a U$S 14,8 bilhões em 772 deals, um valor superior à soma dos 6 anos anteriores.
Somente no Brasil, maior economia da região com 30% do PIB, surgiram 10 unicórnios, quase 50% do total de unicórnios do país.
O principal mercado de Venture Capital continua sendo o brasileiro: ao todo, foram 217 deals em 2021. A lista segue com México (93 deals), Chile (43 deals), Colômbia (38 deals), Argentina (27 deals) e Peru (4 deals). Venezuela, Costa Rica, Panamá, Uruguai, Guatemala e República Dominicana fecharam 17 deals.
O setor que liderou a captação de investimentos foi o de Fintechs, com US$ 6,1 bilhões investidos (39% do total) em 258 transações. E-commerces e Proptechs (Mercado Imobiliário) completam o Top 3, com 25% e 9% de participação no montante total.
Após a chegada das big techs globais nas últimas décadas, a América Latina assiste o desenvolvimento da sua primeira geração de empresas nativas digitais, movimento encabeçado por marcas como MercadoLibre (Argentina), iFood (Brasil), Nubank (Brasil), Rappi (Colômbia), além de 99 App (Brasil) e B2W Digital (Brasil), conglomerado que une os e-commerces Submarino, Shoptime e Americanas.com, este último cliente do Bexs Banco.
O potencial do mercado de tecnologia latino-americano tem despertado cada vez mais o interesse mundial. O ecossistema brasileiro de inovação passou de US$ 1,4 bilhão captados em 424 rodadas no ano de 2018 para US$ 9,8 bilhões nas 822 rodadas realizadas em 2021.
Ainda em 2021, os investidores estrangeiros participaram cerca de 60% das rodadas late state, rodadas feitas com negócios que estão em estágios mais avançados de captação e apresentam maior maturidade. No primeiro trimestre de 2022, o percentual já era de 70% de investidores estrangeiros em rodadas late stage, segundo o relatório do Distrito.
A participação de investidores internacionais também aumentou de forma considerável, indo de 23% para 33%. A relevância do capital estrangeiro segue em crescimento e, até abril deste ano, 39% das rodadas já contavam com pelo menos um fundo estrangeiro.
O CEO do Bexs, Luiz Henrique Didier Jr., destaca que “os grandes números dos mercados Latam e brasileiro, somados ao amadurecimento dos projetos locais, são as duas grandes causas da atração de investimentos estrangeiros”.
A tendência tornou-se ainda mais fortalecida com o Novo Marco Legal do Câmbio, que vai possibilitar a entrada de mais players no mercado, juntamente com a digitalização das operações de câmbio.
Venture Capital Brasil: Startups captam US$ 3,3 bilhões até julho de 2022
O ano de 2022 para o Venture Capital começou repetindo grandes feitos de 2021, alcançando mais de US$ 1 bilhão de investimento nos dois primeiros meses do ano.
Porém, ao longo dos meses, o setor observou maior cautela dos investidores e aponta para o amadurecimento e recalibragem das valuations das startups. Ainda assim, o segmento se mantém acima dos patamares dos anos anteriores.
No acumulado de 2022 até julho, startups brasileiras captaram US$ 3,3 bi, uma queda de 42% em comparação com 2021 (US$ 5,7 bi), mas o setor ainda apresenta alta de 154% frente a 2020 (US$ 1,3 bi).
O número de fusões e aquisições cresceram 24% em julho de 2022 em comparação ao mesmo período do ano passado. As fintechs lideram essas transações (21%), seguidas das healthtechs (11%) e Edtechs (11%).
Investimento estrangeiro direto na LatAm: setores estratégicos para a promoção de mudanças estruturais na região
A América Latina e o Caribe captaram US$ 134,4 bilhões em investimentos estrangeiros diretos em 2021, o que representa uma alta de 56% em comparação com 2020.
O Brasil é o maior destaque da região, tendo recebido US$ 50,3 bilhões em IED, 78% a mais que em 2020. Os dados são do relatório da Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), divulgado em junho de 2022.
Ainda de acordo com a Unctad, os setores que mais receberam incentivos foram agronegócio, automobilístico, eletrônicos, tecnologia da informação e serviços financeiros.
Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), apesar da evidente relevância dos aportes para o desenvolvimento de indústrias e também da atividade exportadora, ainda há problemas estruturais que precisam ser sanados na região, principalmente para promover inclusão social e sustentabilidade ambiental, além de aumentar a produtividade dos países latinoamericanos. São eles:
- Transformação da matriz energética com base em energias renováveis;
- Mobilidade sustentável em espaços urbanos;
- Revolução digital para a sustentabilidade;
- Indústria manufatureira da saúde;
- Bioeconomia (sustentabilidade baseada em recursos biológicos e ecossistemas naturais);
- Economia circular;
- Turismo sustentável.
Investimento estrangeiro em tecnologia na América Latina
Dos 5 países do mundo em que a população passa mais tempo navegando na internet, 4 pertencem à América Latina: no Brasil, na Colômbia, na Argentina e no México, a média de tempo diário online é de 9:30h. A média global é de 06:54h, de acordo com o relatório Transformação Digital na América Latina, divulgado em setembro de 2021 pelo fundo de venture capital Atlantico. Ainda segundo o report, o valor de mercado das empresas latinas de tecnologia correspondia, à época, a 3,4% do PIB da região.
O Google anunciou recentemente que vai investir US$ 1,2 bilhão América Latina, com o intuito de acelerar a transformação digital e o crescimento econômico em toda a região. O investimento no exterior planejado pela gigante da tecnologia contemplará quatro áreas: infraestrutura digital, habilidades digitais, empreendedorismo e comunidades inclusivas e sustentáveis.
Bexs Banco te ajuda a investir na América Latina: remessas internacionais, RDE-IED e mais
Independentemente do tipo de investimento internacional que você desejar realizar, há uma solução do Bexs Banco para agilizar o processo e garantir uma operação de câmbio segura, inclusive no que diz respeito à documentação, como o Registro de Investimento Estrangeiro Direto (IED).
Além disso, o Bexs possui a única plataforma via API que une pagamentos e FX customizadas para big techs globais atuarem em países como o Brasil e expandirem seus negócios. Fale com nossos experts!