Inclusão financeira: pagamentos digitais para desbancarizados
14/09/2022Veja dados sobre os desbancarizados no Brasil e saiba como a tecnologia em pagamentos digitais acelerou o acesso ao sistema financeiro nos últimos anos.
O Brasil tem 213 milhões de habitantes e 16% dos adultos são desbancarizados, ou seja, não têm ou não utilizam contas bancárias. A desbancarização também pode ser entendida como a migração dos bancos tradicionais para as fintechs, por exemplo. O fato é que, em 2017, a porcentagem de brasileiros desbancarizados era de 30%.
Adeptos dos pagamentos digitais e também do uso de cartões de crédito e débito, os consumidores brasileiros movimentaram R$182,7 bilhões em vendas no e-commerce em 2021, o que mostra a importância de entendermos seus hábitos de consumo.
Desbancarizados em 2022: o que há por trás dessa condição?
Por diferentes razões 1,7 bilhões de pessoas mundialmente não têm uma conta vinculada às instituições bancárias, segundo os dados mais recentes da Global Findex. Os principais motivos estão relacionados com as altas taxas que são aplicadas, distância física entre casas e agências, dívidas existentes, falta de confiança nos bancos, quantidade de documentos exigidos, baixa educação financeira, informalidade no trabalho, entre outros.
Segundo o estudo “Financial Inclusion – Evolution and The Digital Push” (Inclusão Digital – Evolução e o Impulso Digital), da Capco, a maioria das pessoas que ainda vivem em exclusão financeira vivem em países em desenvolvimento, sobretudo na África e na América do Sul.
Inclusão financeira à brasileira
Até poucos anos atrás, a concorrência bancária no Brasil era muito pequena, com pouquíssimas instituições que atendiam a fatia maior de centenas de milhões de brasileiros. Porém, esta realidade está mudando com a tendência das fintechs que prestam diversos serviços que anteriormente eram restritos aos bancos, mas sem a necessidade de vínculo permanente e uma série de procedimentos que podem ser burocráticos e empecilhos para muitos brasileiros.
O Banco Central do Brasil (BCB) atualmente executa a AgendaBC#, que tem como propósito a democratização financeira, mas já atua nesse propósito ao menos desde 2007, quando permitiu que instituições financeiras sem licença de banco oferecessem contas de pagamento digital isentas de tarifas e com menores com exigências regulatórias para cidadãos de baixa renda.
Auxílio governamental ajudou a diminuir quantidade de desbancarizados
Desde março de 2020, quando a quarentena por Covid-19 começou, alguns governos se mobilizaram para ajudar cidadãos de baixa renda a atravessarem o período. No Brasil, o auxílio conhecido como coronavoucher foi disponibilizado para parte da população por meio do aplicativo Caixa Tem. O app oferece recursos como transferências para outras contas, pagamento de boletos, pagamento de QR Code, recarga de celular e saque.
De acordo com o estudo “Aceleração da inclusão financeira durante a pandemia da Covid-19” realizado pela Americas Market Intelligence em parceria com a Mastercard, em agosto de 2020, 66 milhões de pessoas haviam recebido o auxílio por meio da conta digital gratuita. A estimativa é que 36 milhões delas não tinham conta bancária até então.
É interessante observar o comportamento dos usuários do app ao longo dos primeiros meses do auxílio. Em maio de 2020, a maioria dos beneficiários transferia o valor para outras contas ou sacava em espécie. Em agosto do mesmo ano, sobressaiu o uso do cartão de débito virtual e o pagamento de boletos via app. Com a iniciativa, o Brasil reduziu a desbancarização em 73%.
Pix para empresas: uma forma de atrair desbancarizados e consumidores que não usam cartões
O Pix – pagamento instantâneo brasileiro – foi lançado em novembro de 2020 e muito bem aceito pelos consumidores. Hoje já são mais de 450 milhões de chaves cadastradas por mais de 130 milhões de pessoas.As transações são gratuitas, ilimitadas e realizadas em segundos, 24h por dia, 7 dias por semana. Para ter acesso ao Pix, é preciso ter uma conta bancária ou uma carteira digital em uma fintech. A diferença é que pessoas com restrição ao crédito ou limite baixo podem utilizar o Pix como alternativa às transferências bancárias TED e DOC, que são tarifadas. E há novas funcionalidades surgindo!
Pix parcelado e o buy now pay later
Uma tendência recente mundo afora, o buy now pay later já é conhecido de longa data pelos brasileiros. O parcelamento é uma opção que permite ao consumidor comprar produtos de valor mais elevado sem comprometer o seu orçamento, já que o pagamento é feito em prestações. Essa possibilidade acaba por aumentar a conversão em e-commerces e também estimula o aumento do ticket médio.
Até 2022, o cartão de crédito era indispensável para comprar parcelado, apesar de algumas lojas físicas trabalharem há muitos anos com a opção de crediário próprio, feito de forma totalmente offline: com um carnê de pagamento, por exemplo. Com a evolução do Pix, uma nova funcionalidade foi incorporada: o Pix parcelado é uma espécie de crédito pessoal concedido por instituições bancárias. Enquanto o vendedor recebe todo o valor de uma só vez, o cliente paga parcelas – acrescidas de juros – ao banco. Não é preciso que o cliente tenha saldo na conta para utilizar essa ferramenta, que permite parcelamento em 12, 24 ou até 60 vezes.
O que é boleto bancário e qual seu papel em um cenário de desbancarização
O boleto bancário não necessita de vínculo bancário e linha de crédito, e é um título que pode ser pago em agências bancárias, casas lotéricas, além de aplicativos e desktops. Serviços essenciais como energia elétrica, água e gás geralmente são cobrados por meio de boletos.
Muitas pessoas ainda optam por pagar suas compras utilizando boleto. Em maio de 2022, o Estudo de Pagamentos Gmattos documentou uma aceitação de 76,3% entre os brasileiros em relação ao boleto. Com a ascensão do Pix, porém, esse modo de pagamento foi perdendo espaço: em julho, Pix e boleto empataram nos 78%, dividindo o segundo lugar do ranking das formas de pagamento mais utilizadas no Brasil, atrás apenas do cartão de crédito.
Para os ecommerces, basta que o provedor de pagamento permita recebimentos por meio de boletos. O consumidor vai finalizar a compra normalmente, escolhendo essa forma de pagamento. Em seguida, vai imprimir o documento e pagar nos estabelecimentos citados anteriormente, utilizando dinheiro em espécie. O boleto também acaba sendo uma opção para pessoas que ainda estão considerando a compra, mas preferem garanti-la durante o prazo de vencimento do boleto de compra, que dura cerca de 3 dias. Se o boleto não for quitado, o produto volta a estar disponível na loja.
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O Brasil tem mais de 200 milhões de consumidores, e a maioria deles não possui cartão de crédito internacional. Mas isso não significa que é impossível acessar esse mercado. Empresas internacionais que vendem bens e serviços de forma digital podem se integrar a um processador de pagamentos locais, que disponibilizará os meios preferidos pelos brasileiros. Bexs Pay integra processamento de pagamentos e FX, para que clientes brasileiros visualizem valores e taxas já convertidos e você receba o valor das vendas onde estiver, na moeda que desejar. Fale com nossos especialistas!