Real Digital: vem aí a moeda digital brasileira

Confira o que já se sabe sobre o Real Digital e os possíveis impactos da moeda digital no Brasil

real digital

As moedas digitais são a nova aposta para pagamentos ao redor do mundo. O Banco Central do Brasil segue buscando maneiras de modernizar e aumentar a eficiência do sistema de pagamentos brasileiro, como prevê a AgendaBC#. A mais recente novidade divulgada pelo órgão é o Real Digital, que ainda não tem data certa para entrar em circulação. A estimativa é que a moeda digital brasileira comece a valer a partir de 2024. No entanto, o BCB já estipulou as diretrizes para o desenvolvimento do real em formato digital. Nesse artigo, você vai ficar por dentro do que já se sabe sobre o Real Digital e sobre como ele deve se integrar a um sistema financeiro em plena evolução tecnológica.

Real Digital: um novo formato para a mesma moeda

O Real, como conhecemos hoje, se tornou a moeda oficial do Brasil em julho de 1994. Mesmo com a proposta da moeda digital brasileira, que surge 27 anos depois do início de sua circulação, é importante ressaltar que as notas de papel e moedas de metal que utilizamos desde então não vão perder validade. Ou seja: não vai se tratar de uma substituição, mas de uma nova alternativa.O consumidor que tiver uma quantia em Real Digital poderá utilizá-la para compras ou guardá-la em contas. Em ambos os casos, a moeda digital brasileira vai ter exatamente o mesmo valor do dinheiro físico. Em outras palavras, ter uma nota de R$50 em mãos é equivalente a ter R$50 na carteira virtual, já que o projeto prevê que a moeda digital não terá remuneração. Pelo que se sabe até agora, ainda que o modelo de distribuição da moeda digital seja o mesmo da moeda física, com instituições financeiras fazendo a ligação entre o Banco Central e o usuário final, manter o Real Digital em uma conta não renderá nenhuma espécie de juros. Também é previsto que o Real Digital possa ser transacionado off-line. Sem depender de uma conexão com a internet, a moeda digital brasileira tem chances ainda maiores de se popularizar em todos os cantos do país.De acordo com o The Global Payments Report, o dinheiro físico vai ser o método de pagamento tradicional menos utilizado no mundo em cerca de 4 anos. No Brasil, as cédulas só foram utilizadas em 35% das operações financeiras no ano passado. Esses dados dão boas pistas do comportamento e das necessidades do consumidor atual. Em suma, o Real Digital seria uma espécie de fomentador de novos modelos de negócio.

Moeda digital brasileira: uma nova criptomoeda?

Apesar de terem em comum o fato de serem virtuais, o Real Digital e as criptomoedas, como o Bitcoin, não são a mesma coisa. A principal diferença está no papel do Banco Central do Brasil, que será o responsável por emitir e regular a versão digital do real. É ele quem garante a segurança jurídica das operações que a envolvam.O BCB deixou claro nas diretrizes da criação da moeda digital que serão levados em consideração para o seu funcionamento a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o sigilo bancário. Acima de tudo, a meta é garantir que essa forma de pagamento não seja utilizada em atividades ilícitas e que seja possível rastrear operações suspeitas caso a justiça solicite.O Real Digital se enquadra na descrição da CBDC (Central Bank Digital Currency ou Moeda Digital Emitida por Banco Central), já que faz parte da política monetária do país que a emite.

CBDC e criptomoeda: entenda as diferenças

No caso das criptomoedas, a emissão e a distribuição são descentralizadas. Não existe uma instituição ou autoridade monetária que as regule. No Brasil, algumas empresas do setor seguem o Código de Autorregulação criado pela Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto). Mas essa não é uma atitude obrigatória. Apesar disso, qualquer pessoa pode obter e negociar criptomoedas no país.Além disso, o Banco Central do Brasil não reconhece as criptomoedas como moedas. O órgão prefere usar o termo criptoativos, já que suas características se assemelham mais a ativos financeiros do que como meio de troca. Ao contrário, uma CBDC serve para qualquer tipo de pagamento, para transferências entre pessoas, etc. A negociação da CBDC Brasil com Bancos Centrais de outros países também poderá acontecer. Entretanto, as diretrizes para o câmbio ainda não estão definidas. Não se sabe se o valor do real físico e do digital serão os mesmos nessa operação.

Moedas digitais no mundo

A criação da moeda digital no Brasil mostra como o país está comprometido em estar na vanguarda das possibilidades, como a integração com IoT (Internet of Things – internet das coisas), por exemplo. São poucos os países que já se atentaram para esse futuro por enquanto.O primeiro país a emitir CBDCs foi Bahamas. Lançado oficialmente para os cidadãos do país em outubro de 2020, o Sand Dollar levou alguns meses para concluir a integração com o sistema bancário comercial. Seu valor é atrelado ao dólar das Bahamas que, por sua vez, é atrelado ao dólar americano. Atualmente, já existe até mesmo um cartão pré-pago para o Sand Dollar, criado em parceria com a Mastercard e a Island Pay, uma startup de pagamento digital licenciada pelo Banco Central do país.A China começou a testar sua moeda digital no ano passado. O Yuan Digital vem sendo testado em algumas cidades e eventos tradicionais, como o Festival do Barco do Dragão. Algumas empresas já usam a moeda para pagamento de funcionários, por exemplo. Sua terceira e última fase de testes vai verificar a eficácia em níveis internacionais.O movimento da potência asiática impulsionou o dólar americano na mesma direção. O governo dos EUA também estuda o tema e pretende fazer testes até maio de 2022, lançando 5 pilotos. Com o DDP - Digital Dollar Project, o país espera não perder espaço para a China no câmbio internacional.

Real Digital e o futuro dos pagamentos: conte com o Bexs

A chegada das moedas digitais no mercado vão provocar mudanças na forma como o consumidor paga por suas compras. Portanto, se você pretende alcançar o público de um país que tenha essa novidade em seu radar, como o Brasil, precisa estar atento a essas tendências, antecipando-se a elas. O Bexs tem uma equipe de especialistas em PayIn e PayOut sempre pronta para apontar as melhores e mais inovadoras soluções em pagamentos internacionais. Continue acompanhando nossos conteúdos ou entre em contato conosco para receber atendimento personalizado.

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