Open Banking Brasil e o impacto nos pagamentos
16/02/2022Descubra as novas possibilidades para pagamento online e confira alguns dados do Open Banking Brasil.
A última das quatro fases do Open Banking Brasil entrou em vigor em dezembro de 2021 – incluindo produtos e serviços de seguros, investimentos, câmbio, etc – e iniciando a transição para o Open Finance, que trata-se do compartilhamento padronizado de dados sobre produtos, informações financeiras e serviços pelas instituições autorizadas pelo Banco Central (BCB).
Mas desde outubro, a partir das primeiras implementações da terceira fase, as mudanças promovidas pelo novo sistema já impactam os pagamentos. A primeira novidade foi o encontro do Open Banking com o Pix, sistema de pagamentos instantâneos implementado pelo BCB em novembro de 2020.
Como consequência, o sistema vem se tornando mais familiar ao consumidor brasileiro e abre uma janela de oportunidades para novos negócios. Veja a seguir alguns dados sobre o Open Banking no Brasil e entenda como essas mudanças podem beneficiar o seu e-commerce.
Open Banking e pagamentos: o que mudou até agora
A partir da terceira fase de implementação do Open Banking, as mudanças chegaram efetivamente ao dia a dia dos e-shoppers brasileiros. Do outro lado do balcão, entram em cena os iniciadores de pagamento, empresas reguladas pelo BCB que podem viabilizar a compra e a venda – movimentando valores a pedido do usuário – sem participar da liquidação financeira, ou seja, é possível transferir dinheiro em diversas plataformas, como redes sociais, via e-commerce, apps, sem precisar abrir o aplicativo do banco. Isso é realizado graças a união com a tecnologia do Pix para pagamentos instantâneos
Um exemplo bem popular de iniciador de pagamento é o Whatsapp, que obteve autorização do BCB para a operação do WhatsApp Pay no Brasil em 2021. Agregadores de contas, carteiras digitais e aplicativos de serviços são exemplos de pontos de partida de transações, do ponto de vista do consumidor.
Instituições financeiras, como bancos e fintechs, assim como as empresas de tecnologia, também podem atuar como iniciadores de pagamento, desde que também sejam autorizadas pelo órgão regulador e façam parte do Open Banking.
Pagamentos antes da terceira fase
A iniciadora de pagamentos, responsável por intermediar a relação entre o cliente, a loja, o banco de onde o dinheiro do pagamento sai, a operadora do cartão utilizado na compra e o banco para onde vai o pagamento, dependia dos contratos entre as partes envolvidas para realizar as transações. Caso o cliente quisesse ou precisasse usar o saldo que está disponível em um outro banco, que não faz parte desse arranjo, ele não conseguiria.
Pagamentos depois da terceira fase
A iniciadora de pagamentos que atende o e-commerce que está realizando a venda pode se conectar a diferentes instituições financeiras que o cliente tem conta, ainda que que o banco ou o cartão que ele queira usar não estejam catalogados na loja. Depois que o cliente escolhe como quer pagar, a iniciadora entra em contato com o banco de onde o dinheiro vai sair. O banco, por sua vez, confirma a transação com o cliente. Em segundos, o pagamento é concluído.
Forma de pagamento Pix integrada e ainda mais simples
A terceira fase começou com a integração da forma de pagamento instantânea Pix ao ecossistema de compartilhamento de dados. Para o consumidor, ficou mais fácil ainda realizar pagamentos via Pix: agora não é mais necessário acessar o app do banco ou o internet banking para efetuar uma transação.
Apontado como uma revolução em forma de pagamento, o Pix para empresas é uma vantagem competitiva, já que caiu no gosto dos brasileiros. Lançado em novembro de 2020, o sistema de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo Banco Central começou 2022 com cerca de 395 milhões de chaves registradas. De acordo com o BCB, o sistema é utilizado por 71% dos brasileiros.
Outros meios de pagamento serão contemplados ao Open Banking Brasil em 2022
As fases 3 e 4 do Open Banking foram fragmentadas em outras fases, que serão implementadas ao longo de 2022. Dessa forma, instituições e consumidores têm tempo para desenvolver e se familiarizar com as mudanças. São aguardadas novas etapas da fase 3, referentes às formas de pagamento, além do Pix que já foi incorporado ao Open Banking, como também sobre o encaminhador de proposta de crédito e o desdobramento da fase 4 de compartilhamento de dados de mais serviços financeiros. Confira o calendário divulgado pelo BCB:
Fase 3:
- 15/02/22: Pagamentos com TED e transferência entre contas na mesma instituição
- 30/03/22: Encaminhamento de proposta de crédito (ferramenta disponível aos usuários que habilitarem a funcionalidade da fase 2 e compartilharem seus dados)
- 30/06/22: Pagamento de boletos
- 30/09/22: Pagamentos com débito em conta
Fase 4
- 31/05/22: Os clientes que desejarem poderão compartilhar seus dados transacionais sobre produtos de investimentos, seguros, câmbio, entre outros, com outras instituições participantes do Open Banking.
Pagamento online simplificado para converter mais
Para os e-commerces, contar com um iniciador de transação de pagamento integrado à plataforma de vendas é uma possibilidade para tornar o checkout mais rápido, o que pode aumentar a taxa de conversão. Afinal, quanto menos passos o consumidor tiver que executar, maiores as chances de ele desistir da compra.
Uma API de pagamento pode acabar com a necessidade de informar dados de cartão de crédito ou débito, por exemplo. Soluções mais modernas, como o Bexs Pay, permitem inclusive que seu e-commerce cross-border aceite formas de pagamento online brasileiras – incluindo o Pix – e garante que você receba o valor já convertido na moeda de sua preferência, em qualquer lugar do mundo.
Open Banking Brasil: mais de 1 milhão de autorizações de dados compartilhados em apenas 4 meses
Desde agosto de 2021 – quando foi implementada a segunda fase do Open Banking no Brasil – os consumidores têm a opção de compartilhar suas informações bancárias entre as instituições participantes. Em dezembro de 2021, mais de 1 milhão de autorizações já haviam sido concedidas, de acordo com o Banco Central do Brasil.
Como cada brasileiro pode conceder mais de uma autorização ao mesmo tempo, não significa que 1 milhão seja a quantidade de pessoas que já aderiram ao sistema. Porém, ainda segundo o BCB, esse número está dentro do esperado e supera outros países, considerando o mesmo período de implementação.
Além disso, mais de 50 milhões de conexões entre instituições financeiras ou com empresas desenvolvedoras de soluções e modelos de negócios foram realizadas desde o início do Open Banking. Com a evolução do ecossistema, o BCB acredita que a adesão do público aumentará natural e gradativamente, à médio e longo prazo.