Dólar avança com os mercados se preparando para a vitória de Trump
21/10/2024Os mercados começaram a se posicionar em ativos seguros conforme sinais de uma vitória republicana ocupam o centro das atenções dos investidores.
Os relatórios econômicos dos EUA continuam surpreendendo positivamente, e os temores eleitorais têm sido, em sua maioria, um impulso para o dólar, dado seu papel de porto seguro. Embora a maioria das moedas do G10 tenha encerrado a semana muito próxima de onde havia começado, as moedas dos mercados emergentes caíram acentuadamente, sendo a América Latina a de pior desempenho, devido ao temor de que as chances eleitorais de Trump estejam melhorando.
À medida que nos aproximamos da eleição nos EUA, as pesquisas eleitorais desempenharão um papel cada vez mais importante nos mercados de moedas, tanto quanto, ou até mais, do que os relatórios econômicos e as decisões do banco central. O único lançamento importante desta semana serão os índices PMIs da atividade comercial, sendo o mais importante o da Zona do Euro, que no mês passado indicou uma economia à beira da contração. Embora Trump agora parece estar em vantagem na maioria dos estados decisivos, sua vantagem é pequena, para dizer o mínimo.
Real (BRL)
O real ampliou suas perdas no câmbio pela terceira semana consecutiva, resultado de uma combinação de um cenário internacional desafiador e da deterioração do quadro local. A preocupação fiscal tem se intensificado à medida que nos aproximamos do final do ano, com baixas expectativas de que o governo conseguirá cumprir a ambiciosa meta fiscal de 2024. Novas medidas foram prometidas após o segundo turno das eleições, embora haja uma crescente expectativa de que essas iniciativas serão insuficientes. Em eventos, importantes participantes do mercado local expressaram preocupação com a falta de responsabilidade fiscal. Além disso, a pressão política sobre o presidente do Banco Central, Galípolo, está aumentando, com o presidente Lula e outros membros influentes do Partido dos Trabalhadores argumentando contra as altas taxas de juros. Nesta semana, a reunião dos BRICS deve dominar os noticiários, embora o impacto sobre o câmbio seja limitado. Na quinta-feira, no entanto, a divulgação da inflação de meio de mês (IPCA-15) pode trazer mais emoções, especialmente em um momento de incerteza em relação à taxa de juros, com o mercado atualmente precificando uma Selic terminal de 13%.
Dólar (USD)
Os mercados estão presumindo que uma vitória de Trump implicaria em uma forte alta do dólar, em meio a um maior protecionismo e à perspectiva de redução dos impostos nos EUA, enquanto uma presidência de Harris significaria perdas modestas devido à menor incerteza geopolítica. A negociação das moedas agora são mais impactadas pelas mudanças nas pesquisas do que pelos dados econômicos de segundo nível que recebemos na semana passada, embora esses últimos tenham continuado a mostrar um quadro de uma economia forte. Esta será a segunda semana consecutiva sem relatórios críticos dos EUA, portanto, espera-se que as negociações sejam impulsionadas principalmente pelas pesquisas eleitorais, por um lado, e pelas comunicações do Federal Reserve, por outro. Neste último, estaremos procurando sinais de que os diretores de política monetária estejam aparentemente interessados em transmitir aos mercados que os cortes nas taxas dos EUA ocorrerão em um ritmo gradual a partir de agora que, caso confirmado, pode fornecer mais um argumento de alta para o dólar.
Euro (EUR)
O euro foi negativamente impactado pela decisão de juros do Banco Central Europeu, que reduziu as taxas de juros conforme esperado na semana passada. Os comunicados que acompanham a decisão sugerem que a visão do banco sobre a política monetária foi afetada pelos dados econômicos desanimadores da Zona do Euro e pelos sinais de que a inflação está de volta à meta. Lagarde continuou a reiterar que os futuros cortes dependerão dos dados, mas os mercados não estão convencidos e veem as reduções adicionais das taxas como praticamente uma certeza nas próximas reuniões. Considerando a extensão do movimento nos mercados de taxas, o euro teve um desempenho bastante bom, encerrando a semana apenas ligeiramente abaixo de seus pares. Esse ponto de vista será testado na quinta-feira com a divulgação dos índices PMIs da atividade comercial, que agora estão à beira de uma contração econômica significativa na Zona do Euro como um todo.
Libra Esterlina(GBP )
A libra esterlina continua a atingir novas máximas devido aos dados econômicos resilientes e à dissipação progressiva das preocupações com os conflitos comerciais com o maior parceiro do Reino Unido, a União Europeia. O relatório de inflação de setembro da semana passada ficou abaixo das expectativas, mas os dados de emprego e salários de agosto e setembro permaneceram bastante fortes, enquanto o número das vendas no varejo de setembro superou as expectativas e confirmou a resiliência dos gastos domésticos. Embora o cenário de alta para a libra permaneça intacto, em nossa opinião, vemos um aumento dos riscos de queda no curto prazo. Os dados de inflação da semana passada não só garantiram praticamente outro corte nas taxas do Banco da Inglaterra em novembro, como também aumentaram o risco de uma mudança dovish na retórica do banco. O orçamento de outubro, o primeiro do novo governo trabalhista, também pode desencadear a venda da libra, caso os aumentos de impostos pendentes sejam maiores do que os esperados atualmente pelos mercados.
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