O dólar se recuperou após o “corte neutro” do banco central americano
22/09/2025O corte universalmente esperado nas taxas de juros do Federal Reserve provocou, na verdade, uma onda de vendas de títulos dos EUA e uma recuperação do dólar.
Parece que os mercados estavam preparados para um resultado ainda mais agressivo, e o único voto entre os membros do comitê a favor de um corte gigantesco de 50 pontos-base não os satisfez. No entanto, as ações voltaram a subir. O dólar se recuperou, e a faixa de negociação que está em vigor desde o início do verão parece permanecer firme por enquanto.
Esta semana é excepcionalmente tranquila em termos de relatórios econômicos. O foco principal será a divulgação dos índices PMI de atividade empresarial em todo o mundo na terça-feira. Esses são os principais indicadores antecedentes do crescimento nas economias avançadas, particularmente na Europa. Além disso, acompanharemos de perto o mercado de títulos dos EUA, onde as taxas de médio e longo prazo parecem estar ignorando os cortes do Federal Reserve por enquanto e permanecem teimosamente altas.
Brasil – BRL
A moeda brasileira entregou parte de seus ganhos recentes em relação às suas principais contrapartes com o estreitamento do diferencial de juros com as economias desenvolvidas. Ainda cresce a expectativa em relação à ameaça da Casa Branca de anunciar medidas adicionais contra o Brasil. Nesta semana, a agenda política está intensa, começando pelo discurso do presidente Lula na abertura da Assembleia Geral da ONU, na terça. Será a primeira vez que Lula estará no mesmo ambiente com o presidente americano desde o retorno deste à Casa Branca.
No Congresso, pautas econômicas importantes podem avançar, como a isenção do IR, a Medida Provisória do “tarifaço” e a segunda fase da regulamentação da reforma tributária. Em paralelo, a oposição segue mobilizada com a PEC da Blindagem e a Lei da Anistia. Na agenda econômica, veremos a ata do Copom, na terça, o Relatório de Política Monetária e o IPCA-15, ambos na quinta.
Estados Unidos – USD
Os mercados tiveram reações divergentes ao corte de 25 pontos-base do Federal Reserve, amplamente esperado na semana passada. As ações optaram por interpretá-lo de forma otimista, como parecem fazer com todas as notícias recentes, e subiram para novos recordes.
Os títulos, no entanto, pareceram decepcionados com o fato de que apenas o mais recente nomeado de Trump para o conselho votou a favor de um corte de 50 pontos-base e com a grande dispersão das expectativas evidente no “gráfico de pontos”, que sugere profundas divisões sobre se deve-se priorizar a inflação acima da meta ou o enfraquecimento do mercado de trabalho. O relatório de inflação do PCE de agosto desta semana, divulgado na sexta-feira, será o principal foco de atenção para o dólar americano.
Europa – EUR
Após o BCE ter reduzido as taxas para o que parece ser o mínimo do ciclo, 2%, a zona euro parece ter perdido algum impulso nas notícias que impulsionam os mercados cambiais. O crescimento econômico está lento e apenas suficiente para impedir que a zona euro entre em recessão, apoiado por um emprego e gastos com serviços ainda fortes. Os índices PMI divulgados na terça-feira nos darão uma nova visão sobre o estado da economia da zona euro.
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